Almeirim, 30 de abril de 2025 – Conhecida como a “Capital da Sopa da Pedra”, Almeirim, no coração do Ribatejo, continua a atrair visitantes de todo o país com a sua iguaria emblemática, a Sopa da Pedra. Este prato, envolto em lenda e tradição, é o destaque do Festival da Sopa da Pedra e do Petisco, que promete agitar a cidade no final de agosto, reforçando a importância gastronómica e cultural do concelho.

A Sopa da Pedra, certificada como Especialidade Tradicional Garantida, é mais do que um prato: é um símbolo de Almeirim. A lenda conta que um frade astuto, com fome, convenceu os habitantes locais a contribuir com ingredientes para fazer uma sopa a partir de uma simples pedra. Hoje, a receita inclui feijão, batata, enchidos, carnes de porco e coentros, mas exclui ingredientes como couve, cenoura ou carne de vaca, conforme reforçam os almeirinenses, zelosos pela autenticidade da sua sopa. “A verdadeira Sopa da Pedra é a nossa identidade. Não há margem para invenções”, afirma José Manuel Santos, presidente da Confraria Gastronómica de Almeirim.
O Festival da Sopa da Pedra, que decorreu em 2024 de 28 de agosto a 1 de setembro no Parque das Tílias, junto à Praça de Touros, regressará em 2025 com tasquinhas de associações locais, sessões de showcooking, concertos e marchas populares. Em 2024, o evento contou com a participação do Município de Sines como convidado, trazendo sabores do litoral alentejano, e foi premiado em 2018 como o melhor evento gastronómico do Alentejo e Ribatejo. “É uma celebração da nossa cultura e uma oportunidade para mostrar o que Almeirim tem de melhor”, refere Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim.
A história da Sopa da Pedra remonta a séculos passados, quando as comunidades ribatejanas aproveitavam sobras de carnes e enchidos para criar uma refeição robusta e reconfortante. O Restaurante O Toucinho, fundado em 1962, foi pioneiro na popularização do prato, que hoje é servido em vários estabelecimentos na Rua dos Restaurantes, junto à Praça de Touros. A par da sopa, as caralhotas – pães rústicos cozidos em forno de lenha – e o melão de Almeirim completam a tríade gastronómica local.
Além da gastronomia, Almeirim destaca-se pela sua localização privilegiada às margens do Tejo, a 76 km de Lisboa e 7 km de Santarém, e pela sua rica história. No século XVI, a vila era um retiro de inverno da corte portuguesa, com o Paço Real, mandado construir por D. Manuel I, a servir de palco para decisões políticas e intrigas palacianas. Apesar de destruído pelo terramoto de 1755, o legado histórico persiste em locais como a Igreja Matriz de S. João Baptista e a Quinta da Alorna.
O impacto da Sopa da Pedra vai além do prato. A gastronomia impulsiona o turismo e a economia local, com a Câmara Municipal a investir na requalificação da zona dos restaurantes e na criação de infraestruturas como parques de estacionamento. “Almeirim é sinónimo de boa comida e hospitalidade. Quem vem cá, leva memórias e vontade de voltar”, diz Ana Ribeiro, dona de um restaurante local.
Com o Festival da Sopa da Pedra e do Petisco no horizonte, Almeirim convida todos a descobrir os segredos deste prato icónico, que aquece o corpo e a alma, enquanto celebra a riqueza cultural do Ribatejo.
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